quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Mantendo o açúcar doce

Tenho ido ao Fortim desde o último domingo. Ano passado fiz a mesma coisa na semana pré-carnavalesca. Tenho certo agora que esse palco tem sido um pólo disseminador do samba carioca, o que faz com que o carnaval aqui na área seja de vários (seria 'todos' pretensão?) os ritmos. O encerramento da programação via Fundarpe foi ontem (18). Depois de tanto skidum com Mart'nália, Moraes Moreira, Velha Guarda da Mangueira, Paulinho da Viola trouxe o zen do samba pro palco – um banquinho, um violão...

Antes dele adentrar, contudo, os Demônios da Garoa mostraram porque estão na estrada há 66 anos! Todos vestidos de branco- saravá!- circularam com desenvoltura entre clássicos, indo de Tom Jobim a Leandro e Leonardo (“Os filhos de Francisco!”, gritou alguém). Ver os coroas da garoa, responsáveis pelas gravações originais e popularização de “Trem da Onze”, “Saudosa Maloca” e “Samba do Ernesto”, me fez lembrar de antigas orquestras, com músicas tocadas sem pausa pra respirar e os saudosos pout-pourris.

Voltamos (ou terminamos) com Paulinho da Viola. Acompanhado de banda e sorridentes backing vocals, o mago dedilhou lindamente o cavaquinho, contou histórias e memórias por detrás das canções (sambas-chorados, amores-perfeitos, dores-das-almas), até falou um tantinho assim demais pra alguns (“Cala a boca e canta!”, também gritaram isso). Mas o homem é da inteligentsia musical brasileira, misturou rico e pobre, samba e chorinho, morro e praia. Ouví-lo falar é honra de quem sabe escutar. E a música era pura hipnose na noite de quarta-feira em Olinda. Veja mais imagens no PE Nação Cultural.

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